Mochilão Oriente Médio: Jordânia e Israel (parte 2)
21 de maio de 2021 • Destinos, Israel, Jordânia, Palestina • POR Daniela MarinEsse post é a continuação do Mochilão Oriente Médio Parte 1 (Egito e Líbano), e agora vou falar de nossas experiências na Jordânia e em Israel com Palestina.
Mochilão Oriente Médio
– Parte 2
JORDÂNIA
Muito famoso por Petra, o país passou uma excelente impressão pra gente. É governado por um monarca e possui localização estratégica para todo o Oriente Médio, como rota de comércio e mercadorias. Para passar uma ideia mais exata de sua localização, ele faz fronteira nada mais nada menos que com a Síria, Iraque, Arábia Saudita, Israel, Cisjordânia e Egito pelo Golfo de Aqaba.
Apesar de ter a fama decorrente de Petra, o país apresenta diversas ruínas da antiguidade, inclusive em sua capital Amã, e por todo esse tesouro histórico, o turismo é uma fonte de renda muito importante para o país. É considerada por estudiosos como uma das civilizações mais antigas do mundo.
Sua religião basicamente é o islamismo, mas apresenta uma porcentagem pequena de cristãos. Apesar dessa grande maioria, é um país considerado como moderado em relação à entrada de estrangeiros, e tem boa relação inclusive com Israel, tanto que é possível atravessar por via terrestre a fronteira dos países, que nós, obviamente, fizemos! Momento épico do nosso mochilão Oriente Médio! rs
Petra
A capital, Amã, foi nossa porta de entrada devido ao aeroporto. A ideia era pousar, pegar um busão para a rodoviária e já ir para Petra direto. No aeroporto vimos que seria uma tremenda mão de obra, pois não tinha transporte público para o centro da cidade e deveríamos contar com taxis….além disso, o valor do táxi mais o da passagem de busão seria apenas um pouco mais baixo do que indo direto de taxi para Petra.
Acontece que ainda mantivemos nossos planos e fechamos o taxi para a rodoviária…a abordagem deles é apressada, confusa e não tivemos muito tempo pra pensar…mas no taxi acabamos recalculando e pensando no tempo que perderíamos…mudamos a tempo e o taxista aceitou nos levar pra Petra, não antes de buscar a “senhora” dele pra ir junto!! Hahaha…foi interessante!!!
Ficamos num hostel no centro da cidade, muito simples mas atendia muito bem!! De lá da cidade até Petra mesmo dava uns 30 minutos de caminhada….leve água pois o calor é forte, muito forte!! A cidade é bem simples, mas o caminho pra Petra é extremamente turístico…a maioria dos turistas me pareceu fazer um bate-volta de Amã ou ficar em resorts no deserto.
Como chegamos cedo, almoçamos, conhecemos a cidade e fomos pra Petra ver o pôr do sol lá e acabamos comprando um ticket de duas entradas. No dia seguinte, foi o dia inteiro lá…chegamos cedo e caminhamos muito!! Vale a pena demais!! É um dos lugares a ser visitados na vida, sem dúvidas!!! Um mochilão pelo Oriente Médio não pode deixar Petra de fora! Não deixe de comer um kebab no centro…haha..um dos melhores e que me lembro até hoje!
No terceiro dia lá, não tão cedo, pegamos um busão comum com destino a Amã!
Amã
A capital do país não tinha um apelo muito turístico em si. Acredito que hoje tenha mudado um pouco. Ela é muito procurada para fazer a travessia via terrestre para Israel, por ter sítios arqueológicos e por estar perto do Mar Morto, que tem seu trecho no país. Mas mesmo assim, foi interessante conhecer, pois nos deparamos com uma cidade grande, com ares de moderna e um certo agito noturno.
O topo da cidadela, que são ruínas romanas, valem demais a visita. Há outros sítios espalhados pela cidade também. Não deixe de visitar seus mercados onde se vende de tudo. Se você se interessa por história, gastronomia e cultura, só vá!!
E como nossa última parada seria Israel, decidimos fazer a travessia terrestre pela Ponte King Hussein sobre o rio Jordão, na tríplice fronteira Israel/Jordânia/Cisjordânia. Na época que fomos, só podia ser feita a travessia Jordânia – Israel pela manhã, chegando muito cedo para ficar na fila.
Te digo que a experiência foi sensacional….um pouco tensa pois os trâmites são demorados, tanto para sair quanto para entrar nos países. Você deixa seu passaporte com os militares que vão fazer as análises e procedimentos burocráticos e outros te acompanham o tempo todo, armados, para que cruzemos as barreiras entre os países. Claro que conhecemos um brasileiro que estava fazendo a mesma travessia que nós!! Não são todos que estão dispostos, há outras formas de cruzar a fronteira entre os países, mas valeu!! A paisagem é incrível!
Recomendo hoje em dia verificar como andam os procedimentos para atravessar por essa via, e se ainda é possível utilizá-la. Vimos que eram muito rigorosos com horários e documentação necessária.
ISRAEL
O principal motivo para termos deixado Israel por último era que o país não colocava restrições de entrada para pessoas que tivessem carimbos de entrada nos países árabes…o contrário poderia ser um impeditivo e decidimos não arriscar. Um mochilão pelo Oriente Médio precisa de muito planejamento. Já li que atualmente o país não carimba mais o passaporte para evitar problemas aos turistas…não sei se é verdade ou se esse é o real motivo…vale a pena verificar também!!rsrs
Mas nem tudo são flores….na chegada ao país pela Ponte Allenby (a mesma Ponte King Hussein só que com outro nome, dado pelos israelenses) eu fui de fato interrogado pela agente de imigração…perguntou nome dos avós, motivos pelos quais fui para Egito e Líbano e onde tinha ficado nesses países, se tinha alguma ligação com alguma organização desses países, o que fazia no Brasil….enfim…respondi tenso, mas ela acabou liberando…não entendi direito os motivos, achei melhor nem perguntar!!
O território de Israel é considerado a Terra Santa para judeus, muçulmanos e cristão e isso já foi tema de diversos conflitos, até hoje inclusive. A presença das três religiões fica extremamente evidente no país, que reconhece a liberdade religiosa de todas elas.
Turismo em Israel é algo levado a sério…a maioria dos visitantes vai em busca do turismo religioso e seus lugares sagrados, mas o país oferece muito mais com sítios arqueológicos e históricos, cultura e paisagens.
Jerusalém
Bem, depois de ser interrogado e passar pela imigração, o objetivo era conhecer Jerusalém. Essa fronteira fica a aproximadamente uma hora da cidade e a maneira mais rápida seria pegar um dos taxis compartilhados estacionados bem na frente do prédio. Dividimos com o brasileiro e outro casal de franceses que fizeram a travessia conosco e lá fomos pra Jerusalém. O taxi tem sua parada na parte de fora da Cidade Velha e buscamos nosso hostel que estava dentro dela…não foi tão fácil pois o local é como um labirinto, cheio de ruas e vielas. O lado bom de estar de mochila é a mobilidade que te traz!! Rsrs
Cidade Santa
Que lugar!! Quanta confusão, ruas estreitas, gente pra todo lado…todo tipo de produto sendo vendido, religiosos de diferentes crenças convivendo lado a lado!! Foi muito interessante ficar dentro da Cidade Velha de Jerusalém e vivenciar isso!! Mas a cidade tem vida na parte de fora também…muitos museus e outros pontos turísticos se situam na parte moderna…que de fato é bem moderna e desenvolvida, cheio de cafés, restaurantes, padarias (muitas padarias, uma mais interessante que a outra) e vida agitada.
Não sentimos nenhuma insegurança na cidade, pelo contrário, havia a presença de militares por todos os cantos, o que, de fato, não é algo de outro mundo e vimos diversas discussões acaloradas entre membros de religiões distintas…..fora isso, a vida anda normalmente, apesar de toda falta de consenso que ronda a cidade.
Como já falei, judeus, muçulmanos e cristãos consideram a cidade como sagrada; Judeus e Palestinos reivindicam a cidade como sua Capital…e pra terminar, não há um consenso de que a cidade seja a capital de Israel!!
De qualquer forma, visitar a cidade é sensacional!! Uma das mais antigas do mundo, um verdadeiro museu a céu aberto, cheia de história e fé. Fomos questionados por amigos se éramos tão religiosos assim para visitar Jerusalém….na verdade, creio que a religião está dentro da História da cidade, e não o contrário. É possível fazer muita coisa a pé, pois muito está na Cidade Velha e arredores…mas é possível utilizar transporte público pra muita coisa fora, inclusive outras cidades próximas…ou ainda taxis.
São muitos pontos para se visitar e confesso que alguns deles são de arrepiar…gostei muito da Igreja do Santo Sepulcro, A casa onde Maria se escondeu e Monte das Oliveiras…baita vista!!
Jericó
Enquanto estávamos em Jerusalém, decidimos visitar Jericó, uma cidade Palestina situada na Cisjordânia. Fechamos uma espécie de tour que ia para Massada, Mar Morto e Jericó. Acredito que valeu a pena pois saímos bem cedo e voltamos super tarde…cansativo, mas não foi correria…tínhamos tempo para fazer com calma.
Massada
Massada é algo único! Uma montanha de pedra com uma fortaleza reconstruída pelo Rei Herodes em 37 e 31 a.C. Fica no deserto e próxima ao Mar Morto, de onde se tem uma vista espetacular.
De lá, fomos para o Mar Morto….parece uma praia, um balneário muito interessante por todo mito que tem o local, o fato da alta sanilização, de não afundar e de ser abaixo no nível do mar!! Por sorte, paramos num ponto final do balneário e se tinha uma bela vista do visual e podíamos caminhar sem ninguém por perto…rsrs
Por fim, visitamos Jericó, a cidade mais antiga ainda existente, com aproximadamente 10.000 anos. Para chegar na cidade, passamos por uma barreira Palestina, onde tínhamos que entregar os passaportes para averiguação, mas sem problemas. A cidade apresenta alguns pontos como a árvore de Zaqueu e as ruinas da cidade antiga, destruída após o Cerco de Jericó.
Tel Aviv
Nosso roteiro foi finalizado em Tel Aviv e para ir de Jerusalém para lá, pegamos um “sherut”, que nada mais é que uma van compartilhada que faz o deslocamento partindo de pontos pré-estabelecidos da cidade. A ideia era conhecer e visitar a praia, já que ela é às margens do Mediterrâneo. A cidade é muito moderna, a capital financeira do país. Cheia de cafés, shoppings, restaurantes. Achamos o custo alto, como em todo o país.
Pensando que na saída toda a tensão teria acabado, né? Nada….no aeroporto havia uma super segurança…diversos detectores de metais, trâmites e vistorias de bagagem….numa delas, a agente após passar no detector de metais perguntou se tínhamos livros na mochila, se os livros eram nossos ou havia sido presente de alguém….não sei se você se lembra que um taxista em Beirute nos deu um guia da cidade….pois é, trememos e tivemos que mentir né…falar que eram nossos livros…a agente quis vê-lo, mas como ele estava no meio da mochila e a Dani com muita calma foi tentando pegar, ela disse que não precisava. Foi um baita susto…
Conexão em Istambul
Na volta tivemos a mesma conexão em Istambul, pois pegamos um bilhete múltiplos destinos que ajudou demais para o roteiro, chegando pelo Egito e saindo por Israel. A diferença é que na volta acabamos tendo que dormir no aeroporto…a Dani também contou isso no post “Perrengue de viagens”. Cansativo, mas a sensação de sucesso por ter dado tudo certo, apesar de todo “frio na barriga” que passamos e um sentimento de realização por ter conhecido lugares, culturas, religiões e pessoas que nos ajudaram a enxergar o mundo de oura forma, que ajudaram a abrir nossas mentes pra muita coisa que só víamos pela TV.
Esse Mochilão Oriente Médio ficou marcado demais nas nossas vidas e daí nasceu um amor chamado “KEBAB”!
Esse texto foi escrito por Samuel Cavalcanti, meu marido, fotográfo e editor do Blog Prefiro Mochilar.
Não deixe de ler o primeiro post sobre esse mochilão:
Mochilão Oriente Médio: Egito e Líbano (parte 1)
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