Já ouviu falar de Trinidad em Cuba?
Sempre falamos que conhecer um país vai muito além de visitar sua capital. Claro que capitais são portas de entrada e apresentam muito interesse turístico, mas, pra nós, sair pelo interior do país vai apresentar diferentes faces do mesmo lugar, normalmente algo bem menos cosmopolita.
Com essa ideia, assim que pensamos em ir pra Cuba, decidimos que o interior seria um dos pontos que estaria em nosso roteiro. Difícil foi escolher por onde passaríamos, mas depois de muito analisar o que queríamos e o que seria viável, já que o transporte em Cuba não é tão simples assim, decidimos que Trinidad não poderia ficar de fora.
Sobre Trinidad
Trinidad fica localizada na província de Sanctis Spirictus, bem na região central do país, sendo usada também como base pra desbravar a região. Ela também fica bem pertinho do litoral.
A cidade é uma das joias do Turismo de Cuba, sendo declarada Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO, em 1988. Foi fundada por espanhóis em 1514 e até hoje mantém essa característica colonial.
Apresenta diversos casarões históricos coloridos datando dos séculos XVIII e XIX, ruas de pedra e um clima que te faz voltar no tempo. Esse na verdade, é um dos atrativos e quase um “slogan” da cidade. Caminhar por suas ruas e vielas é uma das atividades principais.
Trinidad de Cuba geralmente é comparada a Paraty-RJ!
Toda essa herança arquitetônica veio com o auge da cidade durante a indústria açucareira e após sua decadência, quase foi abandonada. Hoje em dia, vive basicamente do turismo.
Quando ir para Trinidad?
A cidade pode ser visitada o ano inteiro, já que fica próxima do litoral e entre o Vale dos Ingenios, mas atente-se aos meses com maior índice de precipitação.
O período com temperaturas mais altas vai de abril a outubro, sendo que entre maio e setembro é o período mais chuvoso.
De novembro a março costuma ter as melhores condições, pois coincide com o inverno que apresenta temperaturas mais amenas, variando de 20 – 27o Celsius.
Fomos em janeiro e achamos perfeito. Muito calor durante o dia e nada de chuva.
Como chegar a Trinidad?
A cidade fica a 323 km da capital do país, Havana. Como ela não possui aeroporto, o deslocamento rodoviário acaba sendo a principal forma de acessá-la.
A Viazul, empresa de ônibus do país, faz esse trajeto que dura umas 8 horas. Na época que fomos era essa mesma empresa e mesma duração. Consulte o site dela pra maiores informações.
Outras possibilidades são o Taxi particular e o carro compartilhado. Não chegamos a cogitar o Taxi particular devido ao custo e, como o ônibus demorava muito pra chegar, decidimos pelo carro compartilhado.
Só pra explicar, esse carro compartilhado (normalmente um carro daqueles bem antigões) faz a viagem pra transporte de cargas e pessoas entre as cidades. A viagem levou umas 6 horas, porque o carro era muito lento (rs), num custo de 40 CUCs.
Onde se hospedar?
Bem, se o seu objetivo é conhecer bem a cidade, recomendo ficar em seu centrinho. São diversas opções de pousadas e casa de famílias pra você escolher uma.
De qualquer forma, há opções próximas às praias pra quem preferir apenas relaxar no mar do Caribe.
De Havana até Trinidad
Quando estávamos preparando essa trip pra Cuba, achamos que a Viazul, empresa de ônibus do país, seria muito útil pra gente. A verdade é que não viajamos uma vez sequer com ela. Não conseguimos encaixar uma viagem de ônibus por diversos motivos.
De Havana para Trinidad, a viagem pela Viazul demora demais, quase 8 horas, e não queríamos perder tanto tempo com deslocamento assim. Como ficamos na casa de um cubano muito bacana em Havana, pedimos pra ele uma indicação de carro compartilhado até Trinidad e ele mesmo fez o agendamento com o motorista.
Como falei acima, esses carros fazem o transporte quase regular de pessoas e carga entre as cidades e partimos bem cedo com mais duas cubanas e um casal da Suécia, todos indo para Trinidad.
O carro era um daqueles bem velhinhos, assim como o motorista. A viagem foi cansativa pois o carro não tinha conforto nenhum, mas foi divertida. Conversamos bastante com os suecos e até tivemos que acordar o motorista, que estava cochilando no volante e zigue-zagueando na estrada. Sorte que chegamos bem.
De volta ao passado
Depois de achar a casa de família que ficaríamos na cidade, um casarão reformado bem de frente para a praça principal, e conversar com os nossos anfitriões, saímos para conhecer a cidade.
De fato, o “slogan” de voltar ao passado na cidade é verdadeiro, a arquitetura e o ritmo da cidade realmente dão esse ar.
Uma das principais atrações da cidade é andar despreocupado por suas ruas de pedras e conhecer seus prédios mais famosos e depois do almoço foi o que fizemos. São várias opções de restaurante, dos mais variados estilos.
A Plaza Mayor da cidade foi onde toda a reconstrução da cidade se iniciou, na década de 80 e nela existe uma estátua de Terpíscore, deusa grega da dança e música. Acaba sendo um ponto de referência por lá, partida para os demais locais de interesse.
A Igreja da Santíssima Trinidade, localizada na Plaza Mayor, é considerada como um dos maiores e mais importantes templos de Cuba. Teve sua construção iniciada em 1817 mas como sofreu diversos atrasos, apresenta uma arquitetura mesclada.
Próximo dali fica o Museu Romântico, um palacete que pertenceu a uma importante família do auge da cidade e hoje é uma das joias arquitetônicas mais visitadas em Cuba. Foi inaugurada em 1973, sendo o primeiro museu fundado na cidade.
Cidade Fotográfica
Pra quem gosta de fotografia, a cidade é um prato cheio. Não é permitido veículos em suas ruas do centrinho, e isso facilita demais. Além disso, há muitas carroças e cavalos usados para transporte, compondo lindas fotos.
Outros pontos que atraem na cidade para fotos são os “miradores” existentes em duas torres. Um deles é do prédio do Museu da História Municipal, ou Palácio Cantero. Sua torre tem uma vista bonita pra torre do Convento São Francisco de Assis e para a cidade.
Já a torre do antigo Convento de São Francisco de Assis onde hoje funciona o Museo Nacional de la Lucha contra Bandidos é a construção mais emblemática da cidade, além de funcionar como museu com acervo dedicado às milícias contrarrevolucionárias. Vale a pena a visita tanto para acessar a vista do alto em meio aos sinos do antigo convento quanto pelo acervo.
Há ainda diversos prédios de interesse na cidade: Casa Rafael Ortiz, Museu de Arquitetura de Trinidad e Museu da Arquitetura Colonial, todos muito próximos compondo toda a arquitetura da cidade.
O Parque Central Cespedes é uma praça que atrai por sua beleza e também por ser um dos pontos de acesso à internet na cidade. Quando fomos pra Cuba, era necessário comprar cartões com um código de liberação do acesso, que funcionava apenas em locais específicos.
Por fim, a Casa da Música é o ponto de encontro principal da cidade, sendo um restaurante no alto de uma escadaria com apresentações musicais constantes, aulas de dança e, pela noite, mesas e cadeiras para refeições, também ao som de música cubana.
Foi o local que escolhemos para jantar, tomar nossos mojitos e acompanhar o clima alegre da cidade. Nessa escadaria também tem acesso à internet.
Playa Ancon
O plano inicial era ficar dois dias na cidade e tirar um período para conhecer a famosa Playa Ancon, considerada a praia mais bonita do sul da ilha. De fato, na chegada passamos por ela e foi o suficiente para ver que o mar do Caribe estava ali. Aquele azul turquesa incrível.
Além disso, a ideia era comprar uma passagem da Viazul para cidade de Remedios e de lá um taxi para Cayo Santa Maria, uma ilha no caribe ao norte de Trinidad. Acontece que a empresa não ia fazer essa rota nos próximos dias…o guichê dela estava inclusive fechado na cidade. Como essa rota não é muito convencional, não havia carro compartilhado e tivemos que adiantar nossa ida para o Cayo Santa Maria pra aproveitar uma oportunidade de um taxista que ia para lá no dia seguinte…resultado: não fomos até a Playa Ancon.
De qualquer forma, a praia fica a uns 15 minutos da cidade, podendo ser acessada por bicicleta, taxi ou busão mesmo. Se busca uma praia menos badalada, com areias brancas e água tom caribe, não deixe de ir.
No dia seguinte, tivemos tempo para um bom papo com nosso anfitrião, um bom café da manhã e ainda tivemos tempo para mais um rolê pela cidade, antes de pegar o rumo para o Cayo Santa Maria e ver uma outra realidade do país.
Esse texto foi escrito por Samuel Cavalcanti, meu marido, fotógrafo e editor do Blog Prefiro Mochilar.
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