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Roteiro de 4 dias em Belém

10 de novembro de 2024 • Destinos • POR Daniela Marin
Belém do Pará
10 nov

Já pensou em conhecer Belém do Pará?

Tacacá, taperebá, tucupi, carimbó, maniçoba…já ouviu falar em algum desses nomes?
Pois bem, isso é só um pouquinho do que Belém do Pará tem pra oferecer de sua rica cultura amazônica, que vai muito além de nomes diferentes.

Roteiro Belém
Capital do Pará

Sobre Belém

Capital do estado do Pará, Belém é uma cidade portuária com mais de 400 anos de história. Tem aproximadamente 1 milhão e meio de habitantes e conserva, em seu Centro Histórico, uma arquitetuta colonial portuguesa muito evidente em casarões, igrejas e demais prédios.
A cidade fica às margens da baía do Guajará e do rio Guamá, que fazem parte da bacia hidrográfica do Amazonas. Belém não é banhada pelo mar, mas as águas de seus rios desaguam no Oceano Atlântico após se juntarem com a Baía do Marajó.

É uma das principais cidades da Região Norte do país, sendo a segunda mais populosa e mais visitada. Apresenta a peculiaridade de ter em seu território mais de 40 ilhas espalhadas por rios, igarapés e furos onde boa parte da população ribeirinha vive da subsistência e de pequenas plantações locais.
Por esses e outros motivos que escolhemos Belém pra ser a nossa primeira cidade da região amazônica pra visitar e posso dizer, com toda certeza, que ficou um gostinho de quero mais!

Como chegar

Acredito que de uma forma geral, a melhor maneira pra chegar em Belém é utilizar o Aeroporto Internacional Vals de Cans, distante aproximadamente 12 quilômetros do centro da cidade. É bem perto, mas dependendo do trânsito pode levar uns 40 minutos.
Existem voos das principais companhias nacionais, com saídas de diversas capitais do país.

Como ficaríamos apenas em Belém, decidimos dessa vez não alugar carro. Utilizamos com facilidade o aplicativo Uber (inclusive pra ir/vir do aeroporto). Achamos extremanente cômodo e prático, até porque a cidade não tem aquele trânsito pesado que atrapalha sua vida! E também andamos muito pé.

Belém 4 dias

Quando ir

O clima predominante em Belém é o equatorial, o que significa muita umidade, calor e chance de precipitações durante o ano todo.
O período de julho a novembro apresenta menores volumes de chuva, o que caracteriza a alta temporada por lá.
Já de dezembro a maio, as chuvas ficam mais intensas e o calor ainda predomina.

Belém é a capital mais chuvosa e uma das cidades com maiores índices pluviométricos do país. Chove quase todo dia, mas normalmente são chuvas rápidas e no período da tarde.
Nós fomos em outubro e não pegamos chuva nem de tarde, o que, conversando com alguns belenenses, não é muito comum de ocorrer!

Na segunda quinzena de outubro ocorre a maior festa da cidade e maior procissão do país, o Círio de Nazaré. As celebrações duram 15 dias e fomos pegos de surpresa, pois a cidade estava bem cheia. Achávamos que a festa era só no dia do Círio, mas não! rsrs
De qualquer forma não atrapalhou em nada nossa viagem, e foi bacana pra sentir um pouco da imensa importância dessa celebração pra cidade.

Círio de Nazaré Belém
Onde se hospedar em Belém

A verdade é que o turismo em Belém parece ainda incipiente, pois a oferta de hotéis na cidade não é muito grande. Apesar disso, existem boas e confortáveis opções.
O ideal por lá é ficar próximo das regiões com atrações turísticas, com destaque para os Bairros de Batista Campos e Nazaré. São bairros com boas opções de hospedagem, restaurantes, cafeterias e atrações turísticas.

Ficamos no bairro de Nazaré e não nos arrependemos. Durante o dia caminhamos bastante pois estávamos a minutos andando do Theatro da Paz, Basílica de Nazaré e excelentes cafeterias.

Theatro da Paz Belém

Durante o dia, não sentimos insegurança, mas como em qualquer grande cidade, o recomendado é ficar bem atento durante as caminhadas e evitar andar a pé durante a noite, dando preferência para Uber ou taxi.
Ainda há outros bairros como o Umarizal e o Campina, esse bem perto do centro histórico com boas opções também. O Umarizal está um pouco mais distante, e é conhecida como uma região nobre da cidade.

Estação das Docas Pará

O que fazer em Belém

Dia 1

Vou começar dizendo que o ideal pra conhecer apenas Belém, numa primeira visita, é ficar uns 4 dias. Isso porque a cidade não apresenta muitas atrações, fora que elas estão em regiões próximas. Claro que, se a ideia é explorar a Ilha de Marajó ou Alter do Chão, esse período tem que ser mais longo sem dúvidas.

Como foi nossa primeira vez em Belém, decidimos ficar quatro dias pra não precisar de pressa pra nada!
Chegamos num domingo na hora do almoço e, logo após o check in no hotel, corremos para a Estação das Docas, um dos marcos da cidade de Belém, caracterizado por seus guindastes amarelos.

O local, às margens da baía do Guajará, foi fundado em 2000 após uma grande revitalização de antigos armazéns do porto da cidade. Hoje abriga um centro de gastronomia, arte e cultura amazônicas.
Além de toda arquitetura do local e do visual da baía, a culinária é um dos maiores atrativos, ficando completamente lotado para o pôr do sol e jantar.

Passeio Boa tarde Belém
Estação das Docas Belém

Aproveitamos para almoçar no Amazon Beer, uma cervejaria com comida local e de boteco, onde são servidas cervejas produzidas ali mesmo incrementadas com ingredientes locais, como bacuri e açaí.
Outra dica imperdível é a sorveteria Cairu que possui diversos sabores como açaí com tapioca e taperebá, o preferido da Dani.

Dali das docas mesmo parte um passeio de barco pela Baía do Guajará que faz um tour panorâmico pela orla da cidade, desde as Docas até o Mangal das Garças, vistos da embarcação. Fizemos esse passeio durante o pôr do sol, com um visual incrível da cidade e do próprio pôr do sol.
Durante a navegação, há apresentações de dança e música local.
Passamos a tarde toda nessa região e tiramos pra jantar na Estação das Docas mesmo. São várias opções de restaurante e lanchonetes.

Dia 2

No dia seguinte, após o café da manhã, fomos a pé mesmo conhecer a Basílica de Nossa Senhora do Nazaré. Como falei, não sabíamos que o Círio durava 15 dias, o que nos surpreendeu, pois a Basílica estava decorada e bem cheia de fiéis. A imagem da santa estava na parte de fora pra facilitar o acesso de todos.
A Basílica foi fundada em 1909 e hoje é a casa da maior procissão religiosa do país, o Círio de Nazaré. Apresenta diversos mosaicaos e medalhões em seu interior.

Círio de Nazaré Belém
Ilha do Combu Belém

Saindo de lá, fomos direto para o Terminal Hidroviário Ruy Barata, às margens do rio Guamá, um pouco afastado do centro, pra pegar um barco da cooperativa local até a Ilha do Combú.
Combú é uma das ilhas do município de Belém, uma das maiores delas, sendo a travessia feita em apenas 15 minutos pelas águas do rio Guamá. No trajeto é possível observar o grande contraste dos prédios de Belém com uma natureza exuberante da ilha. Lembre de avisar o responsável da embarcação pra você vai na Ilha.

É um local extremamente preservado, sendo hoje uma Área de Proteção Ambiental com 1,5 hectar de mata nativa protegida do bioma Amazônia, nossa primeira vez.
A população ribeirinha da ilha vive do turismo e de pequenas atividades extrativistas, sendo que as moradias e restaurantes se encontram apenas nas margens das águas dos igarapés e do rio, não havendo construções no interior da ilha, totalmente selvagem.
O que tem pra fazer lá? Navegar pelos igarapés, observar a flora e fauna locais e relaxar num dos restaurantes beira rio, com gastronomia sensacional, música boa, redes e espreguiçadeiras para descanso.

Tambaqui Ilha do Combu Pará
Chalé da Ilha Combu Pará

Chegamos perto do almoço e ficamos boa parte da tarde por lá. Escolhemos o Chalé da Ilha do Combú e recomendamos absurdamente o prato de tambaqui.
Não deixe de visitar a fábrica de chococlate local “Filha do Combu”, onde são produzidos artesanalmente chocolates de alta qualidade, com cacau plantado e colhido ali mesmo.

Pra chegar lá, avise o restaurante que deseja parar na fábrica de chocolate que eles indicam o horário do próximo barco. Os barcos da cooperativa respeitam uma rotação de barqueiro e horário, o que deixa tudo um pouco engessado, achamos.
O mesmo acontece pra voltar da fábrica até Belém. Não precisamos esperar muito, mas tinha gente que já estava uma meia hora esperando barco. Faz parte, pois barco é o único meio de transporte na ilha.

Como falei, gastronomia é um dos principais patrimônios da Amazônia, e Belém não é diferente.
São muitas frutas, plantas, folhas, peixes…tudo muito saboroso. Por isso, toda tarde fomos tomar sorvete em uma sorveteria perto do hotel.
E pela noite, escolha uma das excelentes opções de restaurante pra conhecer os sabores e cheiros dessa culinária surpreendente. Voltamos apaixonados por tambaqui e filhote!! rsrs

Theatro da Paz Belém
Theatro Belém do Pará

Dia 3

O terceiro dia tiramos para conhecer o Theatro da Paz pela manhã. Saímos para tomar café e de lá fomos a pé até a praça que fica o teatro, distante uns quinze minutos de caminhada. Seu nome “Theatro da Paz” foi em homenagem ao fim da Guerra do Paraguai.

O prédio do teatro é muito bonito por fora, bem imponente! Foi inaugurado em 1878 durante o auge do Ciclo da Borracha. Foi o primeiro teatro da região amazônica, tendo passado por diversas reformas, desde sua inauguração.
A grande jóia dele é seu interior! Não deixe de fazer a visita guiada que ocorre todos os dias…achamos muito interessante toda a história e detalhes do local, desde piso, decoração, paredes e divisão de classes dos assentos. A visita dura em média uma hora.

Mercado ver o peso Belém
Belém do Pará

Um dos principais pontos turísticos da cidade é o complexo do Ver-o-Peso que eles chamam. Bem do lado da Estação das Docas, essa região compreende uma feira livre, mercado de carne, de peixes, artesanatos entre outros, tudo num só lugar.
É um dos mercados públicos mais antigos do país. Nele é possível ver a vida cotidiana de belenenses, pois é um local onde muita gente de lá busca para suas compras.

Os prédios de destaque nessa região são o Mercado de peixes, o Mercado Municipal e o Solar da Beira. Por lá, é fácil encontrar muitas ervas, tacacá, peixes frescos e barracas de comidas locais.
Bem pertinho do mercado, do outro lado da avenida, tem um quarteirão com diversos prédios e casarões coloniais conservados, sendo que um deles hoje funciona o Sesc de Belém e em outro funciona o famoso Point do Açaí, restaurante de culinária típica tradicional.

Nele são servidos pratos locais, da maneira que os indígenas comem há muitos anos, sendo o carro chefe o peixe frito com açaí. O açaí é fresco e sem adição de nada, talvez uma farinha de bragança pra dar uma textura crocante…açúcar, nunca.
Toda a extração do açaí e forma de comer originais são mantidas até hoje pelo restaurante, que, inclusive, é toda explicada durante o atendimento pelos garçons, para aqueles que desejam ter uma experiência cultura interessante!

Belém
Belém do Pará

Após o almoço, delicioso por sinal, fomos caminhando até o Forte do Presépio, passando pela Doca das embarcações.
O local é uma antiga fortificação militar portuguesa construída em 1606 às margens da baía do Guajará, no ponto que deu início à cidade de Belém do Pará.
Hoje, o local tem um museu com exposições de artefatos indígenas e outros da própria fortificação, sendo possível caminhar pela construção pra se ter a vista do Ver-o-peso e da baía.
Pertinho dali fica a Casa das Onze Janelas, uma construção do século XVIII que hoje funciona como Espaço Cultural dedicado à arte contemporânea da região Norte, mas que já foi residência e até Hospital Militar.

casa das onze janelas Belém
Catedral de Belém

Na mesma região ainda é possível visitar a Catedral de Belém, datada de 1771 e dedicada a Nossa Senhora da Graça e o Museu do Círio, que quando fomos estava com uma exposição itinerante com imagens do Círio de 2024.

Dia 4

Para o último dia deixamos a manhã dedicada para o Mangal das Garças, um Parque zoobotânico aberto à visitação desde 2005, criado pelo Governo do Estado que revitalizou uma área alagada às margens do rio Guamá.
O local tem uma área aproximada de 40 mil metros quadrados e além dos lagos, trilhas e bosques, conta com 3 espaços onde é cobrada a entrada, sendo o Farol de Belém, o Memorial da Navegação e a Reserva ou Borboletário. Caso entre em todos, pode optar pela compra do passaporte que te dá um desconto no valor final.

Mangal das Garças Belém do Pará

Belém do Pará

O lugar é muito bem cuidado e bonito, contendo diversas aves livres, em sua maioria garças, mas conta com flamingos, tucanos, araras entre outros. O parque é referência regional para reabilitação de aves.
Além disso, o parque conta com lanchonetes, restaurantes e sorveterias para atender todos os bolsos. Vale a pena passar a manhã e já almoçar por lá!

Belém é uma mistura muito interessante de cultura, natureza, gastronomia e história, que em nossa rápida passagem, surpreendeu pelos sabores e pela experiência. Como disse um músico no barco: “o Pará é um grande pedaço do Brasil, pertencente a todos nós brasileiros!”

Esse texto foi escrito por Samuel Cavalcanti, meu marido, fotógrafo e editor do Blog Prefiro Mochilar.

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