Chile: o que fazer na Região dos Lagos Andinos
22 de junho de 2020 • Chile, Destinos • POR Daniela MarinRegião dos Lagos Andinos
Você sonha em fazer aquele lindo passeio pelos Lagos Andinos? Vem comigo nesse post!
Los Lagos é uma das 16 regiões do Chile e sua capital é a cidade de Puerto Montt. A Região dos Lagos Andinos é banhada pelo Oceano Pacífico e faz divisa com a Argentina.
Conhecer o sul do Chile, navegando pelos Lagos Andinos, incluindo o Lago Llanquihue (terceiro mais extenso da América Latina) é uma viagem que compreende uma beleza cênica impressionante.
Quando ir
Um roteiro pela região dos Lagos Andinos pode ser feito durante o ano todo, dependendo do que você procura numa viagem. O local recebe turistas todos os meses e cada estação oferece um atrativo diferente.
A época em que se vê mais brasileiros em Puerto Varas é no inverno, pois a maioria costuma aproveitar a temporada de neve da região, além de fazer uma esticadinha para Bariloche, na Argentina. É um passeio bonito com a paisagem nevada, sem dúvida – mas para quem curte trilhas, pode ser ainda mais bem aproveitado no verão.
Independentemente da época em que viajar, esteja preparado para temperaturas baixas.
Tenha em mente que essa região já é considerada muito chuvosa, e no inverno, o índice de chuva é ainda maior, além dos dias serem mais curtos em termos de luz solar. No entanto, como julho é um mês de férias no Brasil, considerado alta temporada e brasileiros adoram buscar destino com neve, a região dos Lagos Andinos é a escolha de muitos viajantes.
Eu sempre prefiro o verão, mas confesso que fui no outono…:P
Se a ideia é conhecer a neve, o inverno é a melhor época; já se a intenção é não sentir tanto frio e fazer várias atividades ao ar livre, as outras estações são mais recomendadas.
Como chegar
Existem voos diários de Santiago a Puerto Montt que duram cerca de 2 horas. Como estávamos em Santiago (primeira parte do mochilão Chile) voamos até Puerto Montt, onde pegamos uma van no terminal e fomos até Puerto Varas a 21 km. Lá, alugamos um carro para poder circular pela região.
Apesar da região oferecer vários passeios turísticos, com o carro alugado, a gente tem maior mobilidade e liberdade.
Onde se hospedar
Para se hospedar, existem algumas cidades que servem como base. O mais comum é ficar em Puerto Varas e essa foi uma das nossas opções. A cidade é mais charmosa que a portuária Puerto Montt (capital mundial do salmão, porém feiosa…kkkk) além de oferecer mais opções de hotéis e restaurantes que Frutillar, por exemplo.
Roteiro Lagos Andinos
O nosso roteiro foi um mochilão pelo Chile de 18 dias, mas nesse post vou abordar somente a parte da Região dos Lagos Andinos.
Viajar pela região dos Lagos Andinos era um roteiro que sempre quis muito fazer…apesar do frio, as fotos dessa paisagem maravilhosa, cheia de montanhas, vulcões, lagos e bosques, criam um cenário surreal que eu sentia que precisava conhecer.
Para conhecer as principais atrações de Puerto Varas e localidades da região, quatro dias inteiros é o tempo mínimo necessário, porém nós ficamos 7 dias nessa região, pois esticamos até Pucón com o carro alugado.
Puerto Varas e Lago Llanquihue
Puerto Varas é uma pequena cidade que fica no sul do Chile, na região dos Lagos Andinos. Fica às margens do extenso Lago Llanquihue e oferece vistas impressionantes do Vulcão Osorno e Calbuco, ambos cobertos de neve e o segundo ainda ativo.
O centro de Puerto Varas é bem pequeno e é possível conhecer caminhando. A arquitetura tradicional em estilo alemão caracteriza toda a cidade e dá um charme a mais para o local. A cidade possui uma boa infraestrutura turística com diversas lojas, restaurantes e cafés.
Caminhe até o pequeno píer da cidade que dá uma bela vista do Lago Llanquihue e do Vulcão Osorno e aproveite para andar na beira do lago e apreciar uma bela paisagem. O Lago Llanquihue é o segundo maior do Chile.
Conheça a Casa do Turista, no Muelle Piedra Plein, que além de um belo jardim e calçadão, oferece uma vista privilegiada para o Vulcão Osorno.
O Museu Pablo Fierro é outra atração em Puerto Varas se você se interessa por antiguidades. Entre as peças que o compõem, estão artigos de demolição, fogão, revistas, placas de automóveis, ferro de passar roupas antigo, máquina de moer café, entre outros.
Outra visita imperdível é subir até o Cerro Monte Calvario. O lugar fica numa região mais alta de Puerto Varas e oferece um mirante com vista privilegiada para a cidade, incluindo a Igreja do Sagrado Coração de Jesus (cartão postal da cidade).
Para quem curte, na cidade também há um cassino, o Dreams Puerto Varas é mais uma das atrações que a cidade reserva aos seus visitantes. Para quem nunca esteve em um cassino ou para quem quer tentar a sorte, o lugar é uma boa pedida.
Frutillar
Uma outra opção é fazer um bate e volta para Frutillar, a 30 km de Puerto Varas. Uma pequena cidade conhecida como pedaço da Alemanha no Chile. Nós fizemos, mas achamos a cidade muito pacata. Parecia uma cidade fantasma…mas acho que foi porque o tempo não estava muito bom.
Ensenada e Vulcão Osorno
Ensenada é uma das pequenas cidades às margens no lago Llanquihue, a 46 km de Puerto Varas. A cidade possui casas de arquitetura colonial típica da região, além de praias de água doce.
Nós decidimos incluir 2 dias de hospedagem em Ensenada também, ao invés de fazer bate e volta, como a maioria. A vila fica próxima da entrada para o vulcão Osorno e para o Parque Nacional Vicente Pérez Rosales, onde estão os saltos de Petrohué.
O Vulcão Osorno é um dos símbolos da Região dos Lagos Andinos, sendo considerado um dos vulcões mais bonitos do mundo. Quando o céu está aberto e com poucas nuvens, é simplesmente incrível apreciar o vulcão decorado pela neve eterna às margens do lago Llanquihue.
O local funciona como estação de esqui durante o inverno e tem um teleférico que funciona durante todo o ano, de onde se tem uma vista belíssima. Durante o caminho, na estrada para acessar o Vulcão Osorno, há vários mirantes onde você pode parar para tirar fotos.
A partir da Estação Base pode-se subir de teleférico mais dois estágios. Nós subimos até o primeiro estágio que vai até a Estação Primavera que fica a uma altitude de 1450 metros. Nessa região dá para ver uma cratera secundária do vulcão, a cratera Roja e tem-se uma vista maravilhosa do lago Llinquehue e do vulcão Calbuco. O segundo estágio estava desativado quando fomos, provavelmente em manutenção para a temporada de inverno.
Além da vista lá de cima ser maravilhosa, é possível caminhar livremente pelo vulcão nesse primeiro estágio. O trekking até o Glaciar só é possível ser feito com guia.
Brisas del Lago
Nós ficamos hospedados numa pousada, a Cabañas Brisas del Lago, com vista para o vulcão do próprio quarto… (um mimo nesse mochilão que valeu muito a pena).
Assistimos o pôr-do-sol no lago em frente ao nosso chalé, foi espetacular!
Lago Todos Los Santos
O passeio de barco pelos Lagos Andinos era o mais esperado nessa parte do nosso mochilão. Era o dia de concretizar na minha mente todas aquelas paisagens cinematográficas que eu sonhava em conhecer no Chile (além do Deserto do Atacama, óbvio!).
Todas as atrações ficam no Parque Nacional Vicente Perez Rosales que faz parte das Florestas Tropicais Temperadas da Reserva da Biosfera dos Andes do Sul.
Você pode optar por comprar o passeio a partir do escritório da Turistour em Puerto Varas ou do seu próprio hotel. Porém, como estávamos viajando de forma independente, fomos de carro até o estacionamento.
Não há praticamente estrutura alguma na beira do lago. Existe apenas um pier de onde saem os passeios e um estacionamento para carros.
Chegando lá, fechamos o passeio de barco do Lago Todos los Santos, num catamarã gigante que vai até a Villa Peulla.
Peulla é uma pequena aldeia ecológica de apenas 120 habitantes, que faz parte do Circuito Turístico Cruce Andino. A navegação dura cerca de quase 2 horas pelo lago e pode-se observar os vulcões Osorno, Puntiagudo e Tronador.
Chegando em Peulla, tem tempo livre para as atrações do local, porém tudo pago à parte, como passeio de caiaque, de 4×4, passeio a cavalo ou tirolesa. Nós optamos por ficar apreciando o Lago Esmeralda (o Lago Todos Los Santos tem esse apelido) e fazer nosso piquenique.
Se você quiser economizar, recomendo levar uns sanduíches e fazer um piquenique também, porque a única opção para comer por lá é o restaurante do Hotel Natura Patagônia, que é caro.
Depois, é só embarcar de volta e passar mais duas horas admirando e fotografando esse cenário lindo.
Saltos de Petrohué
Depois do passeio de barco, voltamos para o carro e seguimos para os Saltos de Petrohué, cerca de 15 minutos de lá. Chegando lá, paga-se o estacionamento e a entrada, já que o local tem estrutura de loja, banheiros e cafeteria.
O percurso no local é bem tranquilo para pessoas de todas as idades. Você faz uma pequena caminhada em chão de terra e depois por uma passarela de madeira e metal, que vai se aproximando do curso do rio Petrohué.
Assista às famosas quedas d’agua do Rio Petrohué, que tem origem no Lago De Todos os Santos, e se impressione com a cor das águas, uma mistura de verde com azul turquesa sobre rochas vulcânicas.
Existem opções mais aventureiras que você pode incluir nesse roteiro, como rafting no Rio Petrohué, passeios de caiaque no Lago Todos Los Santos e caminhadas pelo Parque Nacional Vicente Pérez Rosales (opções de várias trilhas).
Pucón
Pucón, localizada a 321 km de Puerto Varas, é uma cidade na região central dos Lagos Andinos do Chile, situada no lago Villarrica e contemplada pelo vulcão Villarrica, coberto de neve. Um centro de turismo de aventura, reconhecido por suas trilhas, esportes aquáticos, rafting e canoagem, bem como pelo esqui e o snowboard.
A cidade é um charme e chegamos de carro alugado à noite. Ficamos num hostel bem na avenida principal.
Na avenida O’Higgins e arredores estão concentrados os principais pontos comerciais, com lojas de roupas esportivas, artesanatos, restaurantes e também hotéis, hostels e muitas agências de turismo.
A primeira coisa que fizemos ao chegar, foi reservar nosso tour para fazer a trilha do Vulcão Villarrica no dia seguinte. Na verdade, esse era o motivo principal de incluir Pucón no nosso mochilão Chile.
Vulcão Villarrica
Porém, infelizmente o clima não colaborou nos próximos 2 dias inteiros que ficamos em Pucón e nosso passeio foi cancelado as duas vezes. Além da chuva, o vulcão Villarrica ficou completamente encoberto o tempo todo que passamos na cidade.
Não pudemos vê-lo nem de longe…:(
Portanto, fiquem bem atentos à melhor época para viajar a Pucón, pois depende do tipo de passeio que procura.
A temporada de neve abre oficialmente em julho, quando a neve na encosta do vulcão Villarrica já tem volume o bastante para ser esquiada.
No verão, alta temporada, é a melhor época para subir o Vulcão Villarrica, porém a cidade fica lotada e chega a ser difícil encontrar uma vaga com as agências de turismo. Precisa reservar com muita antecedência.
No outono, época que fomos, apesar da chance de chuvas, muita gente consegue subir o vulcão, mas nós não tivemos essa sorte. Portanto, fique pelo menos 3 dias inteiros em Pucón, se esse passeio for prioridade para você.
Um casal de amigos foi na mesma época que a gente, porém, no ano seguinte e conseguiu fazer a trilha. As fotos já mostram que a gente precisa tentar de novo…hehehehe
No lugar da ascensão ao Villarrica, fomos de carro até o Parque Nacional Huerquehue, onde você pode fazer algumas trilhas (a principal é o Sendero Los Lagos com quase 9 km). Mas a chuva nos pegou…
No dia seguinte, após cancelarem novamente o tour por mal tempo, fomos curtir as Termas Geométricas, piscinas naturais de águas quentes que possuem temperaturas entre 35º e 45ºC.
O roteiro pela região Lagos Andinos termina aqui, porém o mochilão Chile continuou e pegamos um voo Temuco – Atacama, mas isso é assunto para um próximo post. 😛
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Blogagem Coletiva
Esse texto faz parte de uma Blogagem Coletiva realizada pelo grupo Viagens por Escrito que escreveu sobre destinos de inverno no Brasil e no Mundo. Confira:
Experiência Barbara – Inverno em Curitiba: o melhor da estação
Viagens e Feminices – 10 destinos de inverno para curtir no Brasil
Se joga no roteiro – Destinos imperdíveis para conhecer no inverno
Viajante Econômica- Baixada Santista: Como curtir a praia no inverno
Só Penso em Viajar – Destinos de Inverno: topa uma praia?
Mariscando – Islândia no inverno: planejamento e dicas úteis
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