Os melhores “bate-volta” de Curitiba

Já pensou em fazer um bate-volta de Curitiba?

Que Curitiba é uma cidade que vale a pena visitar durante um final de semana ou feriado, já contamos aqui no post sobre ela.

Agora, se você tiver mais tempo disponível para explorar a cidade e região, vou mostrar aqui os melhores bate-volta de Curitiba, que vão enriquecer ainda mais sua viagem.

Morretes

A primeira boa opção é a viagem de trem partindo de Curitiba até a cidade de Morretes.

Esse passeio já foi considerado, pelo jornal britânico “The Guardian”, como uma das 10 viagens de trem mais espetaculares do mundo, e, de fato, é uma verdadeira experiência.

A viagem é feita pela centenária Estrada de Ferro Curitiba-Paranaguá, inaugurada em 1885, para ligar a cidade até o porto de Paranaguá. Essa ferrovia é considerada uma joia de engenharia pela complexidade de sua obra e pela época que foi construída.

Todo o trajeto, que dura em média 4 horas, passa por túneis, pontes, estações e viadutos que são verdadeiras atrações durante a viagem, com destaque para o Viaduto do Carvalho, onde você tem a sensação de flutuar pelos ares por não ser possível visualizar os trilhos.

Todo o trajeto da ferrovia é pelo fantástico cenário da Serra do Mar Paranaense. Pelas próprias janelas do trem você poderá contemplar quedas d’água, rios, montanhas e toda grandiosidade de uma Mata Atlântica preservada e exuberante.

 Passeio de trem Curitiba – Morretes

O passeio ocorre o ano todo e considero o principal bate-volta de Curitiba. Durante o verão, de novembro a fevereiro, a visibilidade costuma ser melhor, com o céu mais aberto, mas há possibilidade de chuvas. Nesse período, a frequência das partidas aumenta um pouco.

Já no período de frio, de maio a agosto, a frequência de partidas diminui e há o risco de neblina atrapalhar a visibilidade.

Nós fomos em maio e pegamos um dia frio mas muito aberto e conseguimos aproveitar todo o trajeto. Minha dica é: sente do lado esquerdo do trem…as melhores vistas ficam deste lado!

Vale lembrar que existem algumas categorias de vagões, desde os mais luxuosos até os mais comuns, chamados de turísticos. No nosso caso, fomos no turístico e no bilhete está incluso guia em português, lanche e serviço de bordo.

Outra dica que deixo aqui é: vá de trem e volte de van ou microonibus, pois assim você terá uma volta mais rápida e com a oportunidade de conhecer outros lugares. Para isso, recomendo muito os serviços da AmericaTur, que conta uma equipe muito atenciosa e profissional.

O pacote com a AmericaTur inclui “pick-up” no hotel até a Rodo-ferroviária de Curitiba, motorista/guia te aguardando na estação de Morretes, visita a cidade de Antonina e fábrica de bala de banana, além da volta ser pela Serra da Graciosa.

Mais sobre o passeio

Como falei, o trem vai até a estação de Morretes, uma cidadezinha charmosa, fundada em 1733 pelos jesuítas e encravada na Mata Atlântica.

Caso você tenha fechado o passeio com almoço, o motorista te leva até o restaurante para comer o famoso Barreado, prato típico de carne bovina cozida em panela de barro e servida com banana da terra.

No nosso caso não tínhamos almoço incluído, saímos para caminhar pelas ruelas da cidade e conhecer os casarões, praças, lojinhas de artesanato e a ruazinha a beira do rio Nhundiaquara.

Após o almoço, o passeio segue com uma parada na Igreja de Antonina, cidade litorânea também colonial, com uma bela vista do Oceano Atlântico e sede de muitas fábricas de bala de banana, ou bananinha como é conhecida em São Paulo.

Toda a viagem segue de van ou microonibus pela linda Estrada da Graciosa, repleta de curvas e finaliza com o desembarque no hotel. Recomendamos muito a AmericaTur, e para maiores informações, deixo o site deles aqui para facilitar.

https://americaturcuritiba.com.br

Ponta Grossa

Outra excelente opção, pertinho de Curitiba, são os parques ecológicos da cidade de Ponta Grossa, distante aproximadamente 114 quilômetros da capital paranaense.

Eu recomendo estar de carro próprio ou alugado e passar uma noite em Ponta Grossa, pra poder aproveitar os parques sem pressa, já que eles são distantes um do outro e bem extensos. Foi o que fizemos. De qualquer forma, é possível também fazer num bate-volta de Curitiba.

A cidade é acessível a partir de Curitiba pela BR-376 e o melhor período para visitá-la é durante a primavera, de setembro a novembro, e no outono, de março a junho, isso porque as temperaturas ficam mais amenas, ideal para explorar as atividades ao ar livre.

A cidade tem diversos parques e cachoeiras, mas vou destacar dois, os mais famosos, para caber no seu bate-volta de Curitiba.

Parque Estadual Vila Velha

Inaugurado em 1953, é o primeiro Parque Estadual criado no estado do Paraná e fica às margens da Rodovia BR-376, distando 20 quilômetros do centro de Ponta Grossa.

Hoje o parque é controlado por uma empresa privada, através da concessão de uma área de 38 quilômetros quadrados, onde o visitante encontra uma infraestrutura de estacionamento, banheiros, restaurantes e locomoção interna feita por ônibus.

Os ingressos dão acesso às 3 principais atrações: Trilha dos Arenitos, Trilha das Furnas e Lagoa Dourada.

A principal atração do parque, e do estado do Paraná, são as famosas formações de arenito. Estudos revelaram que as formações se iniciaram há mais de 300 milhões de anos após compactação e endurecimento de frequentes camadas de areia no local.

A curiosidade do local se dá principalmente pelas diversas formas que os arenitos se apresentam, os quais foram esculpidos pela ação da natureza, principalmente ventos, chuvas e calor.

Dentre as principais formações, podemos destacar a taça, o camelo e a bota. A trilha que circunda os arenitos não é longa, aproximadamente 1 quilômetro e de nível bem fácil. O bacana é poder contemplar as formações e deixar sua imaginação enxergar diferentes formas e semelhanças.

Demais atrações

Ainda dentro dos limites do parque, a atração de Furnas leva o visitante até duas formações de rochas sedimentares de origem marinha, conhecidas como Dolinas, Cavernas Verticais ou Furnas.

Essas duas Furnas (Andorinhas e dos Lambaris), apresentam estrutura para contemplação da paisagem e da fauna onde elas estão inseridas, com a presença de um mirante. As duas podem ser visitadas na mesma parada do ônibus, numa caminhada bem leve.

Todo o parque possui doze furnas catalogadas, entretanto, apenas 3 podem ser visitadas, sendo que a terceira delas é a chamada Lagoa Dourada que, apesar do nome, também é uma furna.

Ela fica mais distante das outras duas furnas e também é um passeio contemplativo. Sua formação deu origem a uma verdadeira lagoa, por isso do seu nome, e seu entorno é um habitat para diversas espécies.

A curiosidade é que ela é interligada as demais por meio do lençol freático.

Buraco do Padre

Ponta Grossa está inserida nos chamados Campos Gerais Paranaenses, sendo que essa região é marcada por uma vegetação de cerrado além de apresentar diversas cavernas e furnas.

Uma das mais famosas dessas furnas é o “Buraco do Padre”, uma furna de 40 metros de altura que conta com uma queda d’água que passa pelo buraco no topo da formação, gerando uma paisagem fantástica e única.

A atração fica no Parque Natural Buraco do Padre, acessível pela PR-513 e depois por uma estrada de terra de aproximadamente 15 minutos.

A propriedade é particular, mas apresenta total estrutura de restaurantes, estacionamento e banheiros mediante pagamento de ingressos. Existem diversas outras atrações no interior do Parque, como trilhas, tirolesa, a formação de nome Fenda da Freira e dá pra passar um dia inteiro e conhecer bastante coisa.

Como visitar

São duas formas de conhecer o Buraco do Padre: por baixo e por cima! Recomendo começar pela parte baixa pra já ter aquele impacto com a grandiosidade do local. A trilha é bem curta, bem sinalizada e com guias e monitores por toda a parte.

Perto da entrada da caverna, um monitor vai te entregar um capacete, que é de uso obrigatório pra acessar a parte interna da furna. O lugar é um espetáculo sendo que banhos no poço são proibidos.

Realmente, o visual único com a passagem da água pela abertura no topo da caverna é arrebatador. Ficamos um bom tempo por lá, contemplando e fotografando até que a umidade nos obrigou a sair! rsrs

A trilha para a parte de cima é um pouco mais íngreme, mas nada demais e te leva até próximo da abertura. É um mirante para o buraco e para os Campos Gerais, sendo um passeio muito mais contemplativo, mas igualmente lindo.

Colônia Witmarsum

Localizada no município de Palmeira, a aproximadamente 68 quilômetros de Curitiba, essa pequena vila originada em 1951 te leva para um passeio pelo interior da Alemanha.

Foi fundada por um grupo de menonitas, um movimento cristão-evangélico, com o objetivo de manter vivas as tradições e cultura alemãs. A vila não apresenta um centrinho, mas as construções estão localizadas ao longo da Av. Pres. Ernesto Geisel ou em estradas que a cruzam, facilitando o passeio.

Como a parte turística abre apenas aos sábados, domingos e feriados, já se programe sua visita para uma dessas datas. Saindo de Curitiba siga pela BR-376 e BR-277, em um trajeto de aproximadamente 1 hora.

As principais atrações por lá são: Museu de História Witmarsum, que fica na casa que foi o primeiro lar das famílias pioneiras. O acervo é completo, com roupas, utensílios e móveis usados pelos menonitas da época.

Ao lado do Museu fica o Centro de Informações Turísticas da vila, com mapa, dicas e a venda de alguns produtos fabricados na região, como queijos, vinhos e cervejas.

A grande atração da vila fica por conta do “Lavandário Vale dos Sonhos”, uma plantação repleta de fores e lavandas, tendo a paisagem complementada por lagos, um celeiro e pontos instagramáveis para fotografar.

O local é uma verdadeira imersão na natureza, num ambiente cheio de tranquilidade. Na entrada ainda é possível adquirir produtos feitos com lavanda, com destaque para o sorvete, uma delícia.

Ainda tem a Igreja Menonita para conhecer, e, como uma boa vila alemã, há alguns restaurantes e doceiras para uma refeição bem típica. Não são muitas as opções, mas existem bons lugares pra você escolher, sendo que alguns oferecem experiências de pique-nique.

Esses são os melhores bate-volta de Curitiba para quem quer aproveitar mais a viagem com boas experiências. Com essas opções, é possível prolongar sua estadia em Curitiba sem precisar ir muito longe e aproveitando o melhor que a região tem a oferecer.

Esse texto foi escrito por Samuel Cavalcanti,  meu marido, fotógrafo e editor do Blog Prefiro Mochilar.

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