O que fazer em Montevidéu

Se você se interessou em conhecer Montevidéu, esse post é pra você!

Montevidéu, a capital do Uruguai, tem atraído cada vez mais visitantes após a reabertura do turismo, não é pra menos. O país inteiro conta com aproximadamente 600 quilômetros de região costeira, sendo sua principal atração.  

Outro fator que chama atenção no país é que ele foi recentemente considerado um dos mais seguros da América Latina. Isso tem sido usado pelo governo em suas campanhas e inclusive uma Companhia Aérea “low cost” começou a voar do Brasil para Montevidéu, sendo mais uma opção pra chegar lá.

Nós já visitamos Montevidéu em duas oportunidades e nas duas vezes tivemos excelentes experiências por lá, sendo explorando sua cultura e história, sendo conhecendo suas belas praias.

Sobre Montevidéu

Capital do Uruguai, a cidade conta com aproximadamente 1.4 milhão de habitantes, o que representa quase metade da população do país todo. Está na lista das cidades com melhor qualidade de vida da América Latina.

É banhada de um lado pelo rio da Prata e do outro pelo Oceano Atlântico, motivo que faz com que as águas fiquem um pouco turvas, principalmente nas praias mais próximas do encontro das águas.

A cidade foi fundada por espanhóis no ano de 1724, tendo sido conquistada por portugueses por um curto período. Isso faz com que a cidade apresente muitos prédios históricos de seu período colonial, situados principalmente em seu centro antigo.

Em comparação com outras capitais da América do Sul, como Buenos Aires e Santiago, ela é menor e mais tranquila. Tem um ar de metrópole mas com pitadas pacatas em alguns bairros. Isso não quer dizer que a cidade seja menos atrativa que as demais. Tem muita coisa para se ver e fazer em Montevidéu.

Como chegar em Montevidéu

A maneira mais fácil e rápida pra quem sai do Brasil é através do Aeroporto Internacional de Carrasco, distante aproximadamente 20 quilômetros do centro da cidade. É acessível por táxi, linhas de ônibus e “transfer”, sendo que várias companhias aéreas têm rotas para lá.

Para aqueles que querem numa viagem só conhecer duas capitais da América do Sul, há linhas de ferry que fazem o transporte de Buenos Aires para Montevidéu pelo rio da Prata, com duração aproximada de 4 horas. As companhias mais usadas são a Buquebus e a Colonia Express.

Não acho que alugar um carro quando estiver por lá seja uma boa…muita coisa se faz a pé, principalmente no centro histórico. Também não existe metrô, mas há linhas de ônibus circulares, uber e táxis para deslocamentos mais longos.

Foi o que fizemos…andamos muito a pé, circular e em alguns momentos uber. Foi bem tranquilo.

Quando ir a Montevidéu

A cidade apresenta uma temperatura média ao longo do ano em torno dos 17 graus com chuvas bem distribuídas também.

Se pensa em curtir as praias da cidade, o verão, que vai de dezembro a março, apresenta temperaturas mais elevadas chegando quase nos 30 graus durante o dia. Entretanto, é o período com maiores índices de chuva…mas também nada que atrapalhe.

O inverno, de julho a outubro, chove menos, porém, as temperaturas despencam, variando de 6 a 15 graus.

Nas meias estações as temperaturas são mais agradáveis e as chuvas menos frequentes.

Nós fomos uma vez na primavera e outra no verão. Nas duas vezes realmente fazia calor de tarde, nada absurdo…mas de manhã e de noite a temperatura caía bem e levar blusa era obrigatório.

Na segunda vez que fomos, durante a virada de ano, havia trovoadas alguns dias de tarde, bem parecido com o Brasil.

Onde se hospedar

A região que concentra a maior parte dos atrativos turísticos da cidade é o centro histórico e portanto, muitas pessoas preferem ficar por lá mesmo. São várias opções para todos os orçamentos.

Outra região que eu considero interessante é na orla, principalmente na área de Pocitos e Punta Carretas. São bairros considerados nobres, com muitos restaurantes, bares, comércio, além do calçadão e da praia, muito bem frequentados pelos moradores locais.

Em nossa primeira experiência, ficamos num bairro residencial em um “Couchsurfing” que fizemos. Foi muito interessante pela interação com nosso anfitrião, além do local não ser distante do centro. Caminhamos muito! Rsrs

Na segunda vez preferimos ficar num hotel em Pocitos para passar o Reveillon e por já conhecer a cidade, buscar uma outra experiência, conhecendo outros lugares menos turísticos por lá.

Conhecendo Montevidéu

O Centro Histórico da cidade, também conhecido como Ciudad vieja, é um dos principais atrativos de Montevidéu. Nela estão concentrados diversos edifícios históricos, monumentos e praças.

Como falei, a cidade foi fundada em 1724, bem nessa região. Antigamente, para evitar os constantes ataques, a cidade era toda murada, porém, hoje em dia não sobrou praticamente nada dessa muralha.

Recomendo começar seu passeio pela Plaza Independencia que, apesar de não fazer parte do centro histórico, é um excelente ponto de partida!

Na verdade, comece um pouco antes da praça, caminhando pela Avenida 18 de julio…nela você encontra a “Fuente de los candados”, estátua de Carlos Gardel, a prefeitura da cidade que tem um mirante com possibilidade de subir e outros prédios históricos.

Chegando na praça, além de vários hotéis, restaurantes e cafés, você encontra um dos principais símbolos da cidade, o Palácio Salvo, um edifício inaugurado em 1928 e que foi o prédio mais alto da América Latina por muito tempo.

É possível subir no mirante do edifício, as visitas são guiadas e pagas. Vale a pena conferir os horários e valores para agendar certinho.

No centro da Praça existe uma estátua e mausoléu dedicado ao General José Gervásio de Artigas, considerado herói nacional.

Escondidinho e próximo à Plaza Independencia, está localizado o Teatro Solis, inaugurado em 1856 e que é considerado um dos monumentos do país. A fachada dele chama muito a atenção e é possível acompanhar apresentações nele.

Na ponta da Plaza Independencia está o início da Ciudad Vieja e única parte restante da antiga muralha, a Puerta de la Ciudadela. A partir desse ponto, você pode caminhar pela Peatonal Sarandí, um verdadeiro calçadão cheio de vida, lojas, restaurantes e monumentos.

Ciudad Vieja

Nessa parte da cidade, o mais interessante é caminhar à vontade. O ideal é passear pelas ruas próximas e ir no sentido do Mercado do Porto, local bem turístico, cheio de restaurantes, produtos de todo tipo e artesanato.

No caminho, passe pela Plaza de la Constituición, onde estão situados os prédios da Igreja Matriz, datada de 1720. Por lá também tem o Museu Histórico Cabildo, do outro lado da praça. É considerado Monumento Histórico Nacional, tendo sido sede da administração local e hoje funciona como museu e acervo municipal.

Também muito procurado no centro é o prédio do Banco de la Republica Oriental del Uruguay. Um edifício imponente, localizado numa das ruazinhas da região, é considerado Monumento Histórico Nacional desde 1975.

Outros prédios históricos no centro antigo da cidade e que podem ser visitados são: Palácio Taranco, que hoje funciona como Museu, além de diversas residências de personalidades antigas como Casa Giuseppe Garibaldi e Casa Juan Francisco Giró.

Fora do Centrinho

Montevidéu, apesar de menor e menos procurada do que as demais capitais, é muito interessante e apresenta muitos locais para se explorar.

E fora do centro ainda existem muitos pontos que que atraem turistas para Montevidéu, e caso você planeje ficar mais que um final de semana, talvez possam te interessar.

Não muito longe do Mercado do Porto, facilmente você tem 3 outras atrações, um tanto quanto próximas…nós caminhamos muito por Montevidéu nas duas visitas! 

Uma delas é torre da Antel, edifício mais alto da cidade com 158 metros de altura. É possível subir para ter uma vista de toda cidade e da Baía de Montevidéu, mas quando fomos, infelizmente o terraço estava fechado.

O edifício por si só é bonito, bem moderno e chama a atenção na paisagem, mas verifique antes a disponibilidade das visitas. Nós decidimos de última hora ir e não deu muito certo! 🙁 De qualquer forma, próximo dali fica o Palácio Legislativo, sede desse Poder do país, num edifício muito imponente, datado de 1925.

Possui visitação guiada também para quem se interessar, basta verificar horários e valores. Saindo dali, vale e muito a caminhada até o Mercado Agrícola de Montevidéu, bem menos turístico que o Mercado do Porto, mas muito agradável para visitar, comprar produtos frescos, de origem uruguaia, ou mesmo para almoçar…tanto que foi o que fizemos. Ele tem muitas lojinhas e restaurantes, além de muita vida!

Estádio Centenário

Claro que não poderia faltar Futebol quando se fala de Uruguai, e o principal palco do esporte no país é o Estádio Centenário.

Foi construído para a Copa do Mundo de 1930 e leva esse nome em homenagem ao Centenário da Primeira Constituição do Uruguai. É lá que a seleção do país manda seus jogos e tem capacidade para aproximadamente 60 mil torcedores.

Anexo ao estádio, tem o Museu do Futebol, com exposições sobre a história do futebol uruguaio. Quando fomos, acessamos pelo Museu, fizemos uma visitação guiada e subimos até as arquibancadas.

Ele está localizado no Parque José Battle y Ordones, perto do Obelisco da cidade.

Pocitos/Punta Carretas

Conhecer os bairros de Pocitos e Punta Carretas é conhecer bem a vida cotidiana dos montevideanos.

São bairros residenciais de um bom padrão, e que possui grande variedade de comércio, restaurantes e cafeterias. Ficamos hospedados em Pocitos em nossa segunda visita e aproveitamos para caminhar bastante pela orla, conhecer as cafeterias, restaurantes e relaxar na praia.

A orla é muito movimentada e com excelente infraestrutura para caminhada, bikes e outras atividades físicas. A praia é gostosa para ficar, com uma faixa de areia extensa.

Nessa região, existem diversas áreas verdes, sendo as mais procuradas o Parque Villa Biarritz, onde aos sábados existe uma feirinha bem bacana de roupas, comidas e artesanato, e também o Parque Rodó, bem grande, com brinquedos para as crianças, pedalinho em seu lago e um museu, o de Artes Visuais.

Se quiser aproveitar um pôr do sol bem bonito, a dica é a orla de Punta Carretas, na Rambla Wilson. Na Punta Brava costuma haver uma concentração de pessoas para curtirem o momento, além de ter o Farol de Punta Carretas, que se pode visitar e subir até seu topo.  Obviamente que fomos e achamos um passeio muito agradável.

Outro ponto para pôr do sol na cidade é o letreiro “Montevideo”, no final da praia de Pocitos. Ele é bem disputado mas estávamos bem pertinho!

Outras praias

Sei que de praia nós brasileiros entendemos, mas Montevidéu possui boas opções e é possível curtir um pouco de calor por lá!

Fora do centro e de Pocitos visitamos praias que são menos cheias, por já estarem na saída para as demais cidades costeiras, mas que possuem boa infraestrutura por ainda estarem em bairros residenciais menos populosos. Recomendamos muito a Playa Malvin e a Playa Honda. São mais vazias.

Bairro do Prado

Essa é aquela dica pra quem busca explorar mesmo! O bairro do Prado é um bairro nobre e super tradicional, com casarões da aristocracia uruguaia do século XIX. Fica afastado do centro e é um lugar bem arborizado e tranquilo.

Além de caminhar pelas ruas e ver a rica arquitetura, é possível visitar a Las Carmelitas, uma igreja em estilo neogótico, datada de 1954. Estava fechada quando fomos, só abrindo para missas.

Nesse bairro também está localizado o Parque del Prado, um espaço verde de 102 hectares. Local de encontro para famílias e moradores locais que querem um descanso e contato com natureza.

O espaço é imenso e muito bem cuidado, cortado pelo riacho Miguelete. Em toda a área do parque existem monumentos, como o dedicado aos últimos Charruas (povo indígena que habitava o Uruguai) e o Monumento a la diligência, um dos mais famosos do parque.

Ainda dentro de sua área, visitamos o  Rosedal, um caminho repleto de rosas importadas da França e que rende lindas fotos, e o Jardim Botânico da cidade.

Para acessar o bairro, utilizamos o transporte público, busão mesmo! Foi bem fácil e prático, tanto para ir como para voltar.

Já deu pra perceber que Montevidéu é uma cidade que tem muita coisa para fazer, para vários gostos, desde cultura, gastronomia, história e até praia.

Espero que esse post ajude você a se programar e esticar um pouco de tempo mais na cidade.

Esse texto foi escrito por Samuel Cavalcanti, meu marido, fotógrafo e editor do Blog Prefiro Mochilar.

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